A história brasileira registra o fenômeno da Política da Boa Vizinhança, parte do ambicioso projeto de New Deal do presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt. Um parêntesis, Franklin já teve, décadas antes, um parente no cargo, seu tio Theodore, também ocupante da Casa Branca.
A Política da Boa Vizinhança teve dois principais objetivos. Primeiro, conquistar o mercado latino-americano, pois, com a Segunda Guerra Mundial em andamento, o mercado europeu estava evidentemente em crise. Segundo, era de evitar que a América Latina se deixasse seduzir tanto por governos fascistas (como Itália e Alemanha) ou comunistas (União Soviética).
Por isso foi enviada uma grande comitiva, envolvendo políticos, cientistas, empresários e celebridades, entre outros, que em 1941 e 1942 vieram massivamente para mostrar, com suspeita generosidade, as maravilhas da modernidade norte-americana. O Brasil esteve incluído nesse projeto, até com certa prioridade, por ser o maior país latino-americano e um potencial aliado estratégico dos interesses norte-americanos.
É a partir daí que os brasileiros começaram a conhecer produtos norte-americanos como a Coca-Cola (que segundo a lenda era um projeto de água sanitária que virou refrigerante e, dizem as más línguas, que sua fórmula inclui um ingrediente ilícito conhecido da patota - mas isso é outra história), combustíveis Esso, veículos General Motors, e até mesmo a revista Reader's Digest com sua linha editorial hospitalar, aqui conhecida como "revista Seleções".
Os brasileiros também passaram a ver com mais intensidade os filmes de Hollywood a ponto de, às vezes, conhecerem mais os astros norte-americanos do que seus próprios primos. E qualquer produto norte-americano passou a entrar no Brasil e outros países latino-americanos pelas portas da frente, com mais espaço que os próprios produtos locais.
A ovelha negra desse projeto foi o cineasta Orson Welles, por ter um perfil independente dos padrões comerciais a ponto de ter feito um filme de estréia impactuante, de tão bem-feito e perturbador (para o poder empresarial, pois se trata da biografia fictícia inspirada num empresário da vida real), "Cidadão Kane". Vindo ao Brasil, Orson desvirtuou um projeto de encomenda da RKO Studios para filmar o carnaval carioca e planejou um filme sobre uma viagem de jangadeiros do Nordeste brasileiro para o então Distrito Federal (Rio de Janeiro). Mas uma série de infortúnios, como a morte acidental de um pescador, fizeram o filme ficar inacabado, tendo sido concluído apenas uma passagem da vida na comunidade dos jangadeiros, editada depois como um curta.
Mas as fotos aqui são de outras pessoas, mais alinhadas aos interesses comerciais de Hollywood. Trata-se do casal Mary e Lee Blair, que acompanharam o produtor Walt Disney em sua visita ao Brasil. Sabemos da história que resultou com a visita de Disney.
A primeira foto mostra o casal no Hotel Glória, a segunda na Praia do Flamengo, nas proximidades.
As fotos foram extraídas da Internet pelo fotógrafo André Decourt, também autor do fotolog Saudades do Rio, e surpreende pela qualidade das cores. As fotos parecem bem atuais, mas é de 1941, portanto lá do tempo dos nossos avós ou bisavós...
A Política da Boa Vizinhança teve dois principais objetivos. Primeiro, conquistar o mercado latino-americano, pois, com a Segunda Guerra Mundial em andamento, o mercado europeu estava evidentemente em crise. Segundo, era de evitar que a América Latina se deixasse seduzir tanto por governos fascistas (como Itália e Alemanha) ou comunistas (União Soviética).
Por isso foi enviada uma grande comitiva, envolvendo políticos, cientistas, empresários e celebridades, entre outros, que em 1941 e 1942 vieram massivamente para mostrar, com suspeita generosidade, as maravilhas da modernidade norte-americana. O Brasil esteve incluído nesse projeto, até com certa prioridade, por ser o maior país latino-americano e um potencial aliado estratégico dos interesses norte-americanos.
É a partir daí que os brasileiros começaram a conhecer produtos norte-americanos como a Coca-Cola (que segundo a lenda era um projeto de água sanitária que virou refrigerante e, dizem as más línguas, que sua fórmula inclui um ingrediente ilícito conhecido da patota - mas isso é outra história), combustíveis Esso, veículos General Motors, e até mesmo a revista Reader's Digest com sua linha editorial hospitalar, aqui conhecida como "revista Seleções".
Os brasileiros também passaram a ver com mais intensidade os filmes de Hollywood a ponto de, às vezes, conhecerem mais os astros norte-americanos do que seus próprios primos. E qualquer produto norte-americano passou a entrar no Brasil e outros países latino-americanos pelas portas da frente, com mais espaço que os próprios produtos locais.
A ovelha negra desse projeto foi o cineasta Orson Welles, por ter um perfil independente dos padrões comerciais a ponto de ter feito um filme de estréia impactuante, de tão bem-feito e perturbador (para o poder empresarial, pois se trata da biografia fictícia inspirada num empresário da vida real), "Cidadão Kane". Vindo ao Brasil, Orson desvirtuou um projeto de encomenda da RKO Studios para filmar o carnaval carioca e planejou um filme sobre uma viagem de jangadeiros do Nordeste brasileiro para o então Distrito Federal (Rio de Janeiro). Mas uma série de infortúnios, como a morte acidental de um pescador, fizeram o filme ficar inacabado, tendo sido concluído apenas uma passagem da vida na comunidade dos jangadeiros, editada depois como um curta.
Mas as fotos aqui são de outras pessoas, mais alinhadas aos interesses comerciais de Hollywood. Trata-se do casal Mary e Lee Blair, que acompanharam o produtor Walt Disney em sua visita ao Brasil. Sabemos da história que resultou com a visita de Disney.
A primeira foto mostra o casal no Hotel Glória, a segunda na Praia do Flamengo, nas proximidades.
As fotos foram extraídas da Internet pelo fotógrafo André Decourt, também autor do fotolog Saudades do Rio, e surpreende pela qualidade das cores. As fotos parecem bem atuais, mas é de 1941, portanto lá do tempo dos nossos avós ou bisavós...
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